segunda-feira, 4 de junho de 2007

panda.



seis estrelas pra mostrar como é. conto os dias, nado contra a maré. pra te encontrar ali, na terceira margem do rio. comendo frutas amarelas e se sujando. eu chego e te limpo com a barra do meu vestido. você sorri e eu também. a gente se deita na grama mais verde do mundo e as formigas passam por cima de nós. eu te olho fundo. tu olhas pra mim. como teus olhos negros com recheio de poesia branca, ou marfim.


de lá vemos o céu e tu dizes " como ele é indigo, daqui de baixo", porque lá perto deve ser roxo, violeta. passeio as mãos pelos teus cabelos e digo que são macios. canto músicas que a gente conhece e conto segredos de liqüidificador. procuro um formato de nuvem e digo que é pra ti. lá, do lado do cachorro de boca aberta e do violão, vê? é, é pra você. eu que mandei fazer e decidi te dar só agora. achei melhor, a melhor hora. pra te dar e ter, assim.


na nossa vida nova, as cores se invertem. eu te adoro pelo avesso. eu te conto piadas que nos divertem e nos captam pra fora desse mundo vazio repleto de coisas que a gente não usa, como a tua televisão quebrada desde meses atrás. levo nossa casa numa mochila e me ponho a andar. tu ficas lá, me olhando e eu digo 'vamos logo, panda, que a noite já vai começar'.


as mãos em concha e um mundo novo, brotando.

8 comentários:

Unknown disse...

lembrei-me de tantas músicas ao ler esse texto!

lindo como sempre!

=*

... disse...

há mais algo que importe para os dois?

a felicidade...é constante?
o que abalaria esses amantes?

lindo texto.

... disse...

você conhece esse mundo?

tem passagem só de ida?

... disse...

é...
então não posso ir.

xoon disse...

pagaria parte de minha alma para conseguir ficar um único momento assim. nesse lugar

poeta quebrado disse...

e são tuas palavras que me fazem parar de tremer, levantar, fingir não ver o mundo tão vazio ao redor e seguir centrado nas gotas que recebo, tempos em tempos. guardo cada uma, e brinco de dizer que são sementes. sementes tuas-minhas que beijo e colo nas paredes. imagino, espero, sinto, me arranho de ansiedade e finalmente! imploro para que chova mais forte, mais forte! fecho os olhos, abro a boca. te respiro, me agarro, te solto impotente e não quero as próximas horas.



me ajoelho e lambo a terra, até tua chuva cair de novo.




p.s: se pudesse escolher, meus dias teriam 2 horas. e mais uns segundos soltos.

poeta quebrado disse...

rega, Tayná.

que te espero na terceira margem do rio, e tenho versos pra ti riscados por todo meu corpo.


p.s: não sei o que fazer, quando fico sem. pensei até em coisas chatas, só pra me entupir. e lá fora tão escuro. ainda tem um dia-sacrifício inteiro...

Salve Jorge disse...

Ah, a novidade
Há novidade
NOva idade
Nova ida de
Tayná
A célere
Minha lebre
De pés descalços
Coração trespassado
E poesia dos saltos
EXistem nuvens a lhe realçar
E meninas a lhe cercar
Poesias a te cantar
E eu aqui no canto
COm meu canto
A te preparar