sexta-feira, 8 de junho de 2007

dull.

passos mudos e sinceros. piso com força nesse chão que não afunda. peso-pena. os olhos passeiam pelo mundo ao redor. nada comove, tudo toca. inacreditável, estar assim. quando os minutos são atingidos pelos ponteiros negros como cílios, o mundo todo se torna água e eu passo a mão pelo reflexo. tudo dissolvido, assim como num gole de bebida. álcool rasgando a garganta. gritos abafados e suspiros assanhados. ouço o teu caminhar de longe. da tua loucura quero provar até que não sobre uma só gota. entorne o cálice deste teu licor sacro sobre meus lábios rubros de Poesia e vontade. os dedos céleres percorrem a vibração das cordas vocais, tão cansadas. cansadas demais para um dia calado. tão mudo assim e sem controle. as respostas se escondem nos cantos da tua boca, sorrindo ávidas para mim. porque eu não sei mais nada e os ventos doces são tão desnorteadores que fico desse jeito, tão. as confusões caindo aos meus pés e me lambendo, com línguas ácidas, as chagas curadas. porque o teu abraço imprimido no meu corpo e como a gente viajava naquela fumaça me fez ganhar o dia. um sorriso causado pelo sol na minha cara e pela a tua presença no arder das minhas veias. sons ecoando no espaço entre dois corpos embriagados de distância. porque eu como os quilômetros e me engasgo. não há ninguém para soprar-me a testa. o vazio repleto de coisas velhas, acumulado no ventre-abrigo. porque me recolho e junto meus pedaços, tentando alcançar tua mão de algodão plantado na lama. a minha língua de Syvvy percorre a tua nuca para cair nas tuas mãos riscadas de movimento. balançando a alma continuadamente. sem interromper o ciclo vicioso de uma mente fosca. nada mais salva o mundo. i'd break the back of love for you.

3 comentários:

Marcos Angeli disse...

eu salvo o mundo
estirado num canto sujo de rosas e arames
explodo embaixadas e rastejo pra debaixo da cama
carregado de dinamites no meu front vazio de fantasmas
é assim q eu salvo o mundo mesmo q ele não saiba

poeta quebrado disse...

eu te sopro a testa, bagunço todas as velharias e colo teus pedaços. em mim, em ti. minhas mãos riscadas são tuas, da tua língua, tua nuca, teus dedos, tuas. e os movimentos são todos em versos: fracos, fortes, doces, amargos, teus, teus, teus. minha alma dança, linda, dança pra te sentir.


e o mundo não precisa mesmo ser salvo, amor.
já inventamos o nosso.

... disse...

vocês praticam atos fabulosos...que invejo...mas devo dizer, que é uma inveja boa..saudável.

;)