terça-feira, 19 de junho de 2007

eu e as deformações.

eco de um lado
mão de outro
sou um suspiro
um grito
um beijo
sou sexo
com amor
sou nada
seja lá o que isso for
e quando não sou
derramo no chão
entro nos vermes
cato os vidros
como sangue quente
adentro o coração
vou comendo os pedaços de gente
qualquer um que vem pela frente
pode ser a vítima
de mim, o cão
mas sou também anjo
flor com pétalas rosadas
pena de travesseiro
ervilha embaixo da almofada
e quem não me sente
é porque não é princesa
não é príncipe nem sapo
é só uma caixinha
que não gosta de surpresa
e uma barriga cheia
que nem o meu saco.

3 comentários:

Salve Jorge disse...

És a maior certeza
A vagabunda de maior realeza
Açougueira de grande crueza
A chama da vela acesa
A mais radical princesa
A última da mesa
Esa
És a...
a...

Leza
Embeleza
Embebe e leza
És me beleza

Salve Jorge disse...

Você e suas aulas
Enchem-me tuas aulas
Sabedoria pura
Saudade digna de fábulas
Quando escapas
Tal qual o tempo
Das minhas águas
Tenho juras.. ambíguas juras
À sua divindade
E não percebes que não é mérito do poeta
Fazer poesia da materialidade
O mérito é da matéria
QUe encanta e invade
CAusa alarde
Derrama caudalosa verborragia
E ainda é mais perfeita
Que qualquer palavra
Verbo, adjunto, substantivo
E nenhuma palavra basta
Para conter tamanha magnificidade...

Unknown disse...

aí Tayná.
tuas palavras são belas.
tua beleza me fascina.

és a nicotina de meu cigarro favorito.