segunda-feira, 28 de maio de 2007

ah, florzinha!


Fui lá na esquina
Encontei uma flor
A flor era amarela e ela dizia:
-eu sou a verdadeira cor do amor
Ah, florzinha, que mentira!
Meu amor não é assim apagado
Meu amor é forte e até cega!
Vermelho e roxo, bem apertado.

Mas a florzinha insistia
Da sua cor ela afirmava
Vermelho é o amor que te feria,
Amarelo é o amor que te faz graça.

Ah, florzinha, isso pode ser
Que aqui desassossega um coração alado
Tão doente e tão cansado
De andar por um deserto, vê?

Ah, meu coração amarelo
bate desesperado!

Mas não, não desista, coisa mais linda!
Dizia a florzinha, toda adocicada.
Abra a boca e mostre a língua
Engula minhas pétalas
Como se fossem água


Eu engoli a florzinha, mas que maldade!
Agora passo mal a vida toda
Fico por aí, vomitando poesia
E de amor, morrendo doida.

4 comentários:

Unknown disse...

ah, mas ela é tão bonitinha
que danada essa florzinha.

=)

... disse...

encantadora, tua escrita.

e essa florzinha, sagaz.

:)

Patrícia Lino disse...

Tu és fenomenal, meu amor.
Fenomenal.

poeta quebrado disse...

será que foi uma dessas
que eu comi sem saber
e me cortou tanto por dentro?