quarta-feira, 23 de maio de 2007

sede.


não suspirai por mim! Aqui morre alguém que já ousou sentir a fúria dos teus dedos de poesia perdida. Amanso o passo para não cair aos teu pés. Ah, que loucura é essa? Eu só uma vez te vi! Não desalinhe meus pensamentos, estavam todos tão sincronizados! Agora sou um cordel. Uma folha sem margem. Um papel todo rabiscado com teu nome em caixa alta. Roubo a inspiração da minha cólera e te vomito nas esquinas do meu pensamento. Minha cabeça é um motel. Lá, transam todos os devaneios. Orgias que viram dias. Sonhos que viram copos, cheiram pó e usam heroína. Todos anestesiados para não me sentir. Porque eu sinto demais e vos deixo loucos! Vamos, cantem comigo! o hoje acaba daqui há pouco e a porra do sol vem me mandar acordar. Quem o mandou escrever essa sentença? Ninguém devia ser obrigado e eu não devia ser tão educada. Te quero. Aqui e agora. Seguro uma arma na mão e degolo cada um dos meus versos. Faço os beijos suicidarem-se e as vontades correm feito loucas avariadas. Redundância é o meu forte. E eu lá tenho forte? Só se for cheiro forte, desses de macumba mesmo. Ah, hot voodoo! Espeto teus seios para que sintas o fogo das minhas angústias. Curve-se ao meu desespero-paixão. Não, hoje não irei desaparecer como fumaça e nem serei montanha. Montarei em ti e cravarei em teu pescoço a minha fome. Não hás de me rejeitar, não hoje. Coma da minha cinza, beba da minha saliva. Mate a sede no leite da minha pele. Faz bem, o cálcio. Faz mal, a minha paixão. Pois ainda não posso chamar de amor. Ainda não. Mas corre ventre adentro. Navalha do tempo machucando os meus versos. Cores amarelo e azul manchando o sossego de uma tarde tão suave. Te beijo saudosa. Porque eu te vi e te quis. Porque eu fugi contigo pra além daquelas horas. Dá-me um pouco dessa tua solidão de musa petrificada, que a minha sede é seca e ressecada.

Um comentário:

Salve Jorge disse...

Sede
Cede?
Ser de
Ceder
Certo...
Seda
Cidra
Sade
Cedo
Cede
Sede..
Soda
Só da
Ser do
Surdo
Cedo
Cida...
Sede
Sed
Se
S
...