segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Ela, o meu poema preferido.


Caindo por entre as nuvens de um hoje mal vivido. O vazio tomando conta de cada pedaço de pele que se estende por meus ossos. São tantos. Os pés resfriando-se, pálidos, na lajota colorida de tempo e sujeira. No peito, ardendo o nada completo de sonhos tão escurecidos que só pode-se ver os dentes de um adeus sofrido. Comprimo meus dedos da mão. Um leve sussurrar dos ventos. Preciso ir. Eu quero te levar por entre campos verdes e perfumados, numa tarde aconchegante e iluminada. Então, você não vai tentar vir? Quero levar-te pela mão. Dar-me-ás o prazer de sentir vibrar em minhas cordas vocais, o teu nome? De sentir nas pontas de meus dedos a delicadeza da tua poesia? Sentes o meu hálito corrompendo o silêncio que não se escuta nessa noite repleta de grilos? Venha viajar comigo e veremos a vida em todas as cores que nossos pincéis puserem pintar. As noites serão nossas. As noites serão do prazer e êxtase do Amor e Poesia. E, quando raiar o primeiro grito do sol, amada, iremos estar abraçadas em nossa nudez e nossos corpos alvos refletirão a vida que pulsa fora do quarto, nosso casulo. Dançará, no ar, a música de nossos gemidos e suspiros. Estes, perdurarão por anos, neste mesmo quarto e com nosso fulgor cavalgando nas costas do vento.

Vai, corre de onde estás!
Vem, para onde estou!
Caminha, para me encontrar!
Voa, como quem nunca voou!

Como os Deuses desejaram, seguiremos horas a amarmos-nos no peito dos astros, nos cabelos louros do Sol, no manto virginal da Lua. E, com teus lábios, conceberei meus primeiros versos. Vendo que só hei de conhecer a verdadeira Poesia, quando tiver-te em meus braços. Criaremos , com os acordes de nosso prazer mútuo, a sinfonia dos amantes. Esta, embalará as vidas póstumas à nossa, que é uma só para nós duas. Venha, e ,mostrar-te-ei tudo que sei fazer e o que aprendi nas horas e horas que passei a contemplar-te todo o corpo e Alma, enquanto dormias e eu velava teus sonhos. Ai, como tens feições de anjo! Seja dormindo, ou acordada. És a perfeição em seu estado máximo, a Poesia encarnada. És o meu poema preferido.


Eu amo-te.

3 comentários:

Salve Jorge disse...

É..
És..
É sim..
Assim..
Poema perfeito
Par afeito
À arte das sintaxes
Embelezadora das práxis
Sois como o choque de duas contelações
Que a nos luz daqui estão criando o universo
Enquanto vivemos os ecos periféricos de vossa profusão
Queria eu ser o justo entremear do toque dos lábios em vossos sonhos mais lascivos
Queria eu ser a intermitência de vocês
Entre o vosso concebido e o vivido
Representar o vosso percebido...

Patrícia Lino disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Camilla. disse...

um brinde,
foi esplêndido,tayná!
sim,foi...
foi sim.

(que sorte,a dela)